SOBRE
Depoimentos
O a-e-i-o-u de dois corais: o Coro e Osso e o Vocálice
As infinitas possibilidades da voz expressando inquietudes
Você é daqueles que amam a música vocal? Você faz parte dos que gostariam de ouvir mais esse tipo de música cantada por pequenos ou grandes corais? Pois bem, seus problemas acabaram. Se não totalmente, pelo breve instante em que rolar o som do CD Outro – Suíte Música Vogal (assim mesmo, com “g”), cujo repertório consta de 12 composições do arranjador e maestro Luiz Piquera.
Disposto a um novo olhar para o canto coral, ele, um dos criadores da Associação Cultural Coro e Osso (produtora do álbum), que une o grupo Coro e Osso e o grupo Vocálice, optou por juntar estes dois corais ao percussionista Caito Marcondes. O resultado é densamente instigante. As vozes entoam sons tirados de vogais; ajuntam-se e se apartam; sobrepõem-se e se misturam; reforçam-se e se multiplicam. Fazem e refazem, espantam e encantam... E aí o “a” diz ao “u”: “Cadê o 'i'? Este, ao ouvir que é dele que falam, grita: “Estou aqui ao lado do 'o' e do 'e', venham também se juntar a nós e juntos seremos mais do que meras vogais, seremos vocais”.
O CD começa com “Como Sempre. Como Nunca”. Ouve-se o vento soprar – claro sinal de que novos ares serão sacudidos pela brisa refrescante que empurrará para o lado aquilo que já se ouviu e revelará algo ainda não mostrado. Ao longo de quase 50 minutos, o ouvinte se depara com vocalizações que passeiam pelo tradicional, tangem a dissonância, refletem o conhecido e tocam no experimentalismo.
Outro – Suíte Música Vogal é uma grande farra na qual se divertem 34 vocalistas: 20 mulheres e 14 homens. Catorze integram o Coro e Osso; 20, o Vocálice. Sob a batuta de Piquera, e com os sons de Caito, o canto soa bonito de se ouvir, causa arrepio, levanta as sobrancelhas. As vozes chegam àquela parte do cérebro que determina que devemos nos espelhar no que nos entra pelos ouvidos e nos impulsiona a, ao menos, tentar fazer algo com assemelhada ousadia. E não só musicalmente, mas vitalmente, amorosamente... Ou seja, reacende o que devemos ter como norte de vida. A suíte toda, aliás, poderia muito bem constar do álbum sem separações entre as faixas. Ao separá-las, como tradicionalmente se costuma fazer nos CDs, é como se lhes diminuísse a força que têm justamente por serem um conjunto indissolúvel. Ao individualizá-las, impõe-se ao ouvinte que as ouça como peças criadas para serem admiradas isoladamente. O que, após muitas audições, vê-se, é um erro de avaliação.
Da faixa seis (magnífica!) à faixa dez, como demonstrado graficamente na contracapa (estão destacadas), ouve-se bela seqüência com começo, meio e fim. Ao menos neste caso se poderia dispensar a pausa que a separa. Este núcleo, diga-se, é o que mais vocaliza a magia do trabalho elaborado pelo maestro Luiz Piquera, que tem a seu dispor vozes que se dão, à perfeição, às claras intenções de inovar o canto coral.
A dinâmica de piano e pianíssimo é usada com maestria. As harmonias, inspiradas. A mudança de climas rítmicos revela-se um bom achado – palmas a Caito, pela leitura sensível do canto que sai pela boca dos 34 vocalistas.
A mixagem, bem feita, dá ao ouvinte a noção exata do concebido para os coros e a percussão. Esta, por sua vez, se vale de instrumentos com couros afinados como notas a complementarem os acordes entoados pelos vocalistas. Enfim, o que Coro e Osso, Vocálice, Caito Marcondes e Luiz Piquera fazem é pura magia cantada e tocada. Se a suíte interpretada por eles é vogal, a percussão é consonante. Se o som saído das gargantas é vocal, o som das peles é com-soante. Tudo em afinada e libertária sonoridade.
Se vozes e percussão ressoam sem amarras, resulta daí o encantamento que toma de assalto o feliz ouvinte de Outro – Suíte Música Vogal.
Publicado nos jornais Diário do Comércio (SP), Meio Norte (Teresina), Jornal da Cidade (Poços de Caldas), A Gazeta (Cuiabá) e Brazilian Voice (uma publicação voltada para os brasileiros residentes em toda Costa Leste dos EUA) em junho/2008.
As infinitas possibilidades da voz expressando inquietudes
Você é daqueles que amam a música vocal? Você faz parte dos que gostariam de ouvir mais esse tipo de música cantada por pequenos ou grandes corais? Pois bem, seus problemas acabaram. Se não totalmente, pelo breve instante em que rolar o som do CD Outro – Suíte Música Vogal (assim mesmo, com “g”), cujo repertório consta de 12 composições do arranjador e maestro Luiz Piquera.
Disposto a um novo olhar para o canto coral, ele, um dos criadores da Associação Cultural Coro e Osso (produtora do álbum), que une o grupo Coro e Osso e o grupo Vocálice, optou por juntar estes dois corais ao percussionista Caito Marcondes. O resultado é densamente instigante. As vozes entoam sons tirados de vogais; ajuntam-se e se apartam; sobrepõem-se e se misturam; reforçam-se e se multiplicam. Fazem e refazem, espantam e encantam... E aí o “a” diz ao “u”: “Cadê o 'i'? Este, ao ouvir que é dele que falam, grita: “Estou aqui ao lado do 'o' e do 'e', venham também se juntar a nós e juntos seremos mais do que meras vogais, seremos vocais”.
O CD começa com “Como Sempre. Como Nunca”. Ouve-se o vento soprar – claro sinal de que novos ares serão sacudidos pela brisa refrescante que empurrará para o lado aquilo que já se ouviu e revelará algo ainda não mostrado. Ao longo de quase 50 minutos, o ouvinte se depara com vocalizações que passeiam pelo tradicional, tangem a dissonância, refletem o conhecido e tocam no experimentalismo.
Outro – Suíte Música Vogal é uma grande farra na qual se divertem 34 vocalistas: 20 mulheres e 14 homens. Catorze integram o Coro e Osso; 20, o Vocálice. Sob a batuta de Piquera, e com os sons de Caito, o canto soa bonito de se ouvir, causa arrepio, levanta as sobrancelhas. As vozes chegam àquela parte do cérebro que determina que devemos nos espelhar no que nos entra pelos ouvidos e nos impulsiona a, ao menos, tentar fazer algo com assemelhada ousadia. E não só musicalmente, mas vitalmente, amorosamente... Ou seja, reacende o que devemos ter como norte de vida. A suíte toda, aliás, poderia muito bem constar do álbum sem separações entre as faixas. Ao separá-las, como tradicionalmente se costuma fazer nos CDs, é como se lhes diminuísse a força que têm justamente por serem um conjunto indissolúvel. Ao individualizá-las, impõe-se ao ouvinte que as ouça como peças criadas para serem admiradas isoladamente. O que, após muitas audições, vê-se, é um erro de avaliação.
Da faixa seis (magnífica!) à faixa dez, como demonstrado graficamente na contracapa (estão destacadas), ouve-se bela seqüência com começo, meio e fim. Ao menos neste caso se poderia dispensar a pausa que a separa. Este núcleo, diga-se, é o que mais vocaliza a magia do trabalho elaborado pelo maestro Luiz Piquera, que tem a seu dispor vozes que se dão, à perfeição, às claras intenções de inovar o canto coral.
A dinâmica de piano e pianíssimo é usada com maestria. As harmonias, inspiradas. A mudança de climas rítmicos revela-se um bom achado – palmas a Caito, pela leitura sensível do canto que sai pela boca dos 34 vocalistas.
A mixagem, bem feita, dá ao ouvinte a noção exata do concebido para os coros e a percussão. Esta, por sua vez, se vale de instrumentos com couros afinados como notas a complementarem os acordes entoados pelos vocalistas. Enfim, o que Coro e Osso, Vocálice, Caito Marcondes e Luiz Piquera fazem é pura magia cantada e tocada. Se a suíte interpretada por eles é vogal, a percussão é consonante. Se o som saído das gargantas é vocal, o som das peles é com-soante. Tudo em afinada e libertária sonoridade.
Se vozes e percussão ressoam sem amarras, resulta daí o encantamento que toma de assalto o feliz ouvinte de Outro – Suíte Música Vogal.
Publicado nos jornais Diário do Comércio (SP), Meio Norte (Teresina), Jornal da Cidade (Poços de Caldas), A Gazeta (Cuiabá) e Brazilian Voice (uma publicação voltada para os brasileiros residentes em toda Costa Leste dos EUA) em junho/2008.
Aquiles Rique Reis
Músico e vocalista do MPB4, Paraibano
Maluco esse disco. Um mistura de coro erudito, Itamar Assumpção e uma vocalização estilo Marlui Miranda. A diferença é que a Marlui está falando alguma língua indígena, e esse grupo usa só a força das vogais para transmitir as sensações que deseja. O resultado? Algo quase tribal com uma força interessantíssima. A composição de Luiz Piquera , as vozes dos corais Coro e Osso e Vocálice se completam com a percussão muito bem arranjada de Caito Marcondes. São 12 peças que percorrem um caminho fazendo com que o disco tenha unidade, não é uma obra solta no espaço, tem propósito. Mas a função de causar sensações é alcançada. Sem letras, sobra imaginação.
Adriano Pereira, jornal Vale Paraibano – 02/07/2008
Adriano Pereira
Jornal Vale Paraibano
É com o maior prazer que recomendo: ouça o coro "coro e osso"!
"Aliás", um jeito gostoso e competente de cantar os arranjos tão lindos do regente Luiz Piquera.
Parabéns!
Samuel Kerr
regente/ arranjador
... quero sinceramente dizer que gostei muito do seu trabalho e do grupo.
Sensível, delicado e de extremo bom gosto. Desejo toda sorte do mundo.
Alexandre Zilahi
regente/arranjador (sobre o CD “ALIÁS – CORO E OSSO CANTA DJAVAN”)
Lindas vozes! Fiquei encantado com a sensibilidade e o profissionalismo.
Vocês alegraram o meu coração. Obrigado.
Orlando Morais
músico (sobre o CD “ALIÁS – CORO E OSSO CANTA DJAVAN”)
Coro & Osso: “Dezoito”
Falar do Coro & Osso me põe sentimental. Seus integrantes são assim – sentimentais. No canto, eles preservam a emoção que no fundo mais fundo de cada um de nós – tristeza não – teima em sobreviver.
Sábado último, no Pantheon de noites memoráveis, lá estávamos nós outra vez, mergulhados no clima sentimental que o Coro & Osso irremediavelmente instala. Tendo acompanhado a escalada de sucessos do grupo, lá estava eu, platéia inarredável, para viver mais um: “Dezoito”. Dezoito anos, dezoito montagens.
Hoje, a Associação Cultural Coro & Osso congrega os grupos vocais “Coro & Osso”, “Vocálice” e “Comadre Maninha”, além do “Coro Escola”, chocadeira de vozes e talentos. Em “Dezoito”, todos eles reunidos, 40 vozes sob a batuta do maestro, compositor, arranjador, violonista, professor e animador cultural Luis Piquera. Pertencer ao Coro & Osso – ou ser platéia do Coro & Osso – é ser afortunadamente contemporâneo dessa iluminada figura humana, que recebeu tantos dons e os distribui à farta.
Em “Dezoito”, a alegria contagiante dos integrantes do Coral de Santa Lúcia, também regido por Piquera, e o transbordamento esfuziante da Zefa, que não esconde a emoção de agora ser um deles: “Eu sabia que era bom, mas não imaginava que era tanto”.
Se nos inícios, estáticos no palco, os integrantes do Coro & Osso desfiavam um repertório típico dos grupos vocais, a partir de “Descobrimento do Brasil” (“O Outro Lado da Janela”) o humor, a multiplicidade de talentos e o calor humano de sua convivência informal progressivamente ganhariam o palco. Com a decisiva participação de Alessandra Mariani, “Lilás” (espetáculo/CD com canções de Djavan) prenunciava o salto que se seria “Outro”, trabalho autoral também registrado em CD, ponto de chegada, altíssimo, das pesquisas sobre o “coro cênico”.
Em “Dezoito”, na companhia dos outros grupos que compõem a Associação, o Coro & Osso festeja as conquistas desses anos todos. E só podia ser show, que já nasce pronto para seguir carreira.
Em “Dezoito”, o maestro Piquera revela ainda seu lado inventor. É ao “chinelofone” (instrumento feito com tubos de PVC), portanto, a chineladas, que, juntamente com Célio Gardini, ele faz percutir “Oferenda”, que compôs para a abertura. E tem início um passeio pelo melhor da música brasileira, de Noel e Jobim à geração de ouro da MPB.
Destaquem-se o apuro técnico do Coro & Osso em “Samba do Avião” (Jobim), um ápice; a afinadíssima presença feminina do quinteto “Comadre Maninha”, em “Louva Deus” (Milton); o irresistível apelo dançante de “Toda Menina Baiana” (Gil), que o maestro rege dançando, violão em punho; a harmonia perfeita do conjunto e das várias formações; e, costurando o roteiro com a canção “Estrela D’Alva”, de Antonio Nóbrega, a atuação de Ricardo Pinotti, carismático e musicalíssimo ator que desponta em meio a tantos outros grandes talentos.
Aos 18, o Coro & Osso parece definitivamente capaz de todos os vôos. Vai que eles voltem a pousar entre nós, nesta Morada do Sol que já tantas vezes lhes retribuiu as oferendas com aplausos entusiasmados.
(Texto publicado no Jornal Tribuna Impressa de Araraquara em 30/04/2008)
Falar do Coro & Osso me põe sentimental. Seus integrantes são assim – sentimentais. No canto, eles preservam a emoção que no fundo mais fundo de cada um de nós – tristeza não – teima em sobreviver.
Sábado último, no Pantheon de noites memoráveis, lá estávamos nós outra vez, mergulhados no clima sentimental que o Coro & Osso irremediavelmente instala. Tendo acompanhado a escalada de sucessos do grupo, lá estava eu, platéia inarredável, para viver mais um: “Dezoito”. Dezoito anos, dezoito montagens.
Hoje, a Associação Cultural Coro & Osso congrega os grupos vocais “Coro & Osso”, “Vocálice” e “Comadre Maninha”, além do “Coro Escola”, chocadeira de vozes e talentos. Em “Dezoito”, todos eles reunidos, 40 vozes sob a batuta do maestro, compositor, arranjador, violonista, professor e animador cultural Luis Piquera. Pertencer ao Coro & Osso – ou ser platéia do Coro & Osso – é ser afortunadamente contemporâneo dessa iluminada figura humana, que recebeu tantos dons e os distribui à farta.
Em “Dezoito”, a alegria contagiante dos integrantes do Coral de Santa Lúcia, também regido por Piquera, e o transbordamento esfuziante da Zefa, que não esconde a emoção de agora ser um deles: “Eu sabia que era bom, mas não imaginava que era tanto”.
Se nos inícios, estáticos no palco, os integrantes do Coro & Osso desfiavam um repertório típico dos grupos vocais, a partir de “Descobrimento do Brasil” (“O Outro Lado da Janela”) o humor, a multiplicidade de talentos e o calor humano de sua convivência informal progressivamente ganhariam o palco. Com a decisiva participação de Alessandra Mariani, “Lilás” (espetáculo/CD com canções de Djavan) prenunciava o salto que se seria “Outro”, trabalho autoral também registrado em CD, ponto de chegada, altíssimo, das pesquisas sobre o “coro cênico”.
Em “Dezoito”, na companhia dos outros grupos que compõem a Associação, o Coro & Osso festeja as conquistas desses anos todos. E só podia ser show, que já nasce pronto para seguir carreira.
Em “Dezoito”, o maestro Piquera revela ainda seu lado inventor. É ao “chinelofone” (instrumento feito com tubos de PVC), portanto, a chineladas, que, juntamente com Célio Gardini, ele faz percutir “Oferenda”, que compôs para a abertura. E tem início um passeio pelo melhor da música brasileira, de Noel e Jobim à geração de ouro da MPB.
Destaquem-se o apuro técnico do Coro & Osso em “Samba do Avião” (Jobim), um ápice; a afinadíssima presença feminina do quinteto “Comadre Maninha”, em “Louva Deus” (Milton); o irresistível apelo dançante de “Toda Menina Baiana” (Gil), que o maestro rege dançando, violão em punho; a harmonia perfeita do conjunto e das várias formações; e, costurando o roteiro com a canção “Estrela D’Alva”, de Antonio Nóbrega, a atuação de Ricardo Pinotti, carismático e musicalíssimo ator que desponta em meio a tantos outros grandes talentos.
Aos 18, o Coro & Osso parece definitivamente capaz de todos os vôos. Vai que eles voltem a pousar entre nós, nesta Morada do Sol que já tantas vezes lhes retribuiu as oferendas com aplausos entusiasmados.
(Texto publicado no Jornal Tribuna Impressa de Araraquara em 30/04/2008)
Zé Pedro Antunes
professor de literatura alemã – UNESP Araraquara (sobre o CD e o espetáculo “DEZOITO”)
"Aliás, Coro & Osso canta Djavan"
Acompanhar bem de perto a rigorosa preparação do novo espetáculo do grupo vocal Coro & Osso e, de quebra, poder me arvorar em mestre de cerimônias nas três noites da temporada de lançamento na Amero's, SOREMA, são um bom motivo para eu nunca mais deixar de viver contente.
Quando eu me iniciava no ofício da animação cultural universitária (Unesp/Araraquara), criando o evento OXOUNOSSO, logo me vi recompensado com a adesão de poetas e sonhadores como Wilson Cardoso, que me falou de um grupo de artistas de sua cidade, Matão, e insistiu para que deles eu me aproximasse.
De lá para cá, foram mais de dez anos de convivência com os maravilhosos artistas interioranos do Coro & Osso, capazes de levantar o público onde quer que se apresentem, com seus múltiplos talentos, com sua capacidade invejável de trabalho e, principalmente, suas grandes qualidades cativantes como seres humanos.
Tive a oportunidade e a honra de vê-los aplaudidos de pé, nas cinco vezes em que se fizeram a atração principal do OXOUNOSSO em Araraquara. Em Matão, na casa de espetáculos Pantheon, pude vê-los dividir o palco com Cida Moreira, outra grande amiga, outra grande artista interiorana. "Aliás, Coro & Osso canta Djavan" é o quarto espetáculo em 12 anos de uma carreira só de sucessos. Se "Palco" e "Tristeza não" já eram a prova da grande criatividade e da precoce maturidade musical do grupo, em "Os dois lados da janela" seus integrantes abraçavam também o teatro, deixando à solta todas as suas inúmeras possibilidades performáticas. Foi o início da parceria com o diretor Aristides Junho (Pegando N'Arte). Para a pianista Leila Kfouri, "Matão deve muito a esses dois grandes gênios que são o maestro Luiz Piquera e o diretor de teatro Aristides Junho, por tudo o que eles vêm oferecendo à cidade, por fazê-la crescer, poder sonhar mais alto".
Quem viu o novo espetáculo, sabe que a eles agora se junta um outro talento fantástico: Alexandra Mariani. É ela a responsável pela apuradíssima produção gráfica do CD (capa, encarte), pelo material de divulgação (prospecto, camisetas, bonés etc.), enfim, pela criação de um visual para o primeiro registro do trabalho do grupo. É ela também a responsável, juntamente com Aristides Junho, pelas brilhantes idéias visuais que deram a cada uma das canções de Djavan uma ambientação ao mesmo tempo simples, funcional e cheia de impacto.
Cenário, figurinos, iluminação, direção de atores, uma produção à altura de um trabalho musical arquitetado ao longo de dois anos, com a primorosa escolha de repertório e os fantásticos arranjos do maestro Luiz Piquera. Na confecçãoo dos figurinos, vale destacar a participação do artista plástico e estilista Maurício Pereira. Gosto de enfatizar que o Coro & Osso é a afirmação de uma possibilidade que a todos nos interessa muito de perto: poder produzir arte e cultura no meio em que se nasce e se vive, sem perda de identidade, sem abrir mão da alegria e dos prazeres simples da existência.
Chegar ao primeiro CD é a realização de um sonho para todo artista. O Coro & Osso, ao realizar esse sonho, ainda nos oferece uma lição de vida e crença no futuro: trabalho sério, resistência, persistência, luta pela preservação de suas raízes culturais, de seus laços geográficos e afetivos.
A recepção por parte do público que lotou a Amero's nas três noites de lançamento de "Aliás" não deixa margem a dúvidas: o espetáculo "Aliás, Coro & Osso canta Djavan" está fadado a uma longa carreira de sucesso. O grupo soube construir com paciência e rigor a grandeza deste seu momento grandioso. Agora só nos resta esperar que o mundo, seus acasos, receba a notícia auspiciosa: Matão aplaudiu a estréia nacional de um trabalho sem concessões e que - sorte do mundo! - não abre mão de ser parceiro da elevação e da convivência apaixonada.
(Texto publicado no Jornal Tribuna Impressa de Araraquara em Julho/2002)
Acompanhar bem de perto a rigorosa preparação do novo espetáculo do grupo vocal Coro & Osso e, de quebra, poder me arvorar em mestre de cerimônias nas três noites da temporada de lançamento na Amero's, SOREMA, são um bom motivo para eu nunca mais deixar de viver contente.
Quando eu me iniciava no ofício da animação cultural universitária (Unesp/Araraquara), criando o evento OXOUNOSSO, logo me vi recompensado com a adesão de poetas e sonhadores como Wilson Cardoso, que me falou de um grupo de artistas de sua cidade, Matão, e insistiu para que deles eu me aproximasse.
De lá para cá, foram mais de dez anos de convivência com os maravilhosos artistas interioranos do Coro & Osso, capazes de levantar o público onde quer que se apresentem, com seus múltiplos talentos, com sua capacidade invejável de trabalho e, principalmente, suas grandes qualidades cativantes como seres humanos.
Tive a oportunidade e a honra de vê-los aplaudidos de pé, nas cinco vezes em que se fizeram a atração principal do OXOUNOSSO em Araraquara. Em Matão, na casa de espetáculos Pantheon, pude vê-los dividir o palco com Cida Moreira, outra grande amiga, outra grande artista interiorana. "Aliás, Coro & Osso canta Djavan" é o quarto espetáculo em 12 anos de uma carreira só de sucessos. Se "Palco" e "Tristeza não" já eram a prova da grande criatividade e da precoce maturidade musical do grupo, em "Os dois lados da janela" seus integrantes abraçavam também o teatro, deixando à solta todas as suas inúmeras possibilidades performáticas. Foi o início da parceria com o diretor Aristides Junho (Pegando N'Arte). Para a pianista Leila Kfouri, "Matão deve muito a esses dois grandes gênios que são o maestro Luiz Piquera e o diretor de teatro Aristides Junho, por tudo o que eles vêm oferecendo à cidade, por fazê-la crescer, poder sonhar mais alto".
Quem viu o novo espetáculo, sabe que a eles agora se junta um outro talento fantástico: Alexandra Mariani. É ela a responsável pela apuradíssima produção gráfica do CD (capa, encarte), pelo material de divulgação (prospecto, camisetas, bonés etc.), enfim, pela criação de um visual para o primeiro registro do trabalho do grupo. É ela também a responsável, juntamente com Aristides Junho, pelas brilhantes idéias visuais que deram a cada uma das canções de Djavan uma ambientação ao mesmo tempo simples, funcional e cheia de impacto.
Cenário, figurinos, iluminação, direção de atores, uma produção à altura de um trabalho musical arquitetado ao longo de dois anos, com a primorosa escolha de repertório e os fantásticos arranjos do maestro Luiz Piquera. Na confecçãoo dos figurinos, vale destacar a participação do artista plástico e estilista Maurício Pereira. Gosto de enfatizar que o Coro & Osso é a afirmação de uma possibilidade que a todos nos interessa muito de perto: poder produzir arte e cultura no meio em que se nasce e se vive, sem perda de identidade, sem abrir mão da alegria e dos prazeres simples da existência.
Chegar ao primeiro CD é a realização de um sonho para todo artista. O Coro & Osso, ao realizar esse sonho, ainda nos oferece uma lição de vida e crença no futuro: trabalho sério, resistência, persistência, luta pela preservação de suas raízes culturais, de seus laços geográficos e afetivos.
A recepção por parte do público que lotou a Amero's nas três noites de lançamento de "Aliás" não deixa margem a dúvidas: o espetáculo "Aliás, Coro & Osso canta Djavan" está fadado a uma longa carreira de sucesso. O grupo soube construir com paciência e rigor a grandeza deste seu momento grandioso. Agora só nos resta esperar que o mundo, seus acasos, receba a notícia auspiciosa: Matão aplaudiu a estréia nacional de um trabalho sem concessões e que - sorte do mundo! - não abre mão de ser parceiro da elevação e da convivência apaixonada.
(Texto publicado no Jornal Tribuna Impressa de Araraquara em Julho/2002)
Zé Pedro Antunes,
professor de literatura alemã – UNESP Araraquara (sobre o CD e o espetáculo “DEZOITO”)